segunda-feira, 15 de março de 2010

A ventania e o Jardim

Nas tardes quentes palavras indesejadas saem, nas noites frias e chuvosas é que o coração dispara e os pensamentos fluem. Mas olho pra trás e vejo as flores que ainda choram, pois a ventania veio e destruiu o jardim que não era belo mais pra elas era um castelo, as flores em um pranto louco não se contiveram nem um pouco e a ventania foi perguntar: Por que nos assolaste de dentro a fora? Como um leão sem piedade sua presa devora? Vieste como pragas do Egito, Nós que apenas embelezávamos o jardim recebemos este castigo? Cesse seu sopro por um instante, pare as trombetas e jogue fora seu cálice inebriante, piedade as flores que nenhum mal neste mundo realizaram e poupe os dois botões de rosa que no jardim restaram. Do que as flores falaram a ventania pouco entedeu e ainda atônita mesmo assim respondeu: passarinho quando da gaiola foge o mundo quer conhecer, sem se preocupar com o futuro que vai acontecer. Enganados as senhoras estão a respeito da atual situação, vocês falaram de suas mazelas, procelas, o abandono e suas dores. Misericórdia pediram aos dois botões que abandonados ficaram aos torrões e quase sem amores. Solidário aos seus sentimentos e situação aqui estou, e saibam que o causador de suas más sortes eu não sou, não venho aqui ao meu gosto, se fosse eu o autor dessa desgraça já teria morrido de desgosto. Venho impulsionado pelas asas daquele que tanto as cuidou o dono do jardim que resolveu voar alto bateu asas e as deixou. Assim como Ícaro, desejo de voar bateu no peito deixando pra trás o jardim, o amor e o respeito. Mas oro pra eólo e pra deus hélios eu imploro que suas asas o sol as derretam e de face caia no chão do jardim pra ele então matutar se valeu a pena voar deixando vocês assim. Hamilton Queiroz 21/12/08

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